THE EAST AMAZON FUND

Innovative initiative towards a sustainable and low-carbon economy.

THE INTERSTATE CONSORTIUM FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT OF THE LEGAL AMAZON REGION

Unites 9 subnational governments around a shared commitment.

BIODIVERSITY CONSERVATION PROGRAM FOR THE PARANÁ COAST

Investments aimed at biodiversity conservation and sustainable development.

REM MATO GROSSO

Program is a results-based payment for environmental services initiative run by the German and British governments.

ARPA PROGRAM

The world’s largest tropical-forest protection initiative.

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Published April 1, 2024

Brasil: grants para preparação de projetos GEF

O FUNBIO é a agência executora e a agência implementadora de duas novas propostas que tiveram o grant para preparação aprovado pelo recém-criado Fundo do Marco Global para a BiodiversidadE (GBFF, na sigla em inglês.). Confira abaixo o press release divulgado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente, GEF, na sigla em inglês. E, aqui, a reportagem publicada pelo Valor Econômico. Foto: Marizilda Cruppe/FUNBIO O Fundo do Marco Global para a Biodiversidade (GBFF, na sigla em inglês) aprovou grants para a preparação de quatro projetos e reservou quase US$ 40 milhões para apoiar novas iniciativas propostas pelo Brasil, Gabão e México, impulsionando os esforços internacionais para colocar a natureza no caminho da recuperação ainda nesta década. Aprovados menos de um ano após a criação do GBFF dentro do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), os grants para preparação de projetos apoiarão estratégias para garantir financiamento a longo prazo, melhor gestão e expansão de áreas protegidas, em parceria com Povos Indígenas e comunidades locais. O Brasil teve dois grants aprovados para a preparação de projetos que somam US$  19,6 milhões. Após a fase de preparação, os projetos serão submetidos à aprovação final do Conselho do GBFF, possivelmente ainda em junho. A implementação é iniciada imediatamente após a aprovação pelo Conselho. Um dos projetos brasileiros foca na conservação e uso sustentável da biodiversidade em terras indígenas e, após aprovação do Conselho, receberá quase US$ 9,9 milhões e será implementado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). O outro tem foco na conservação da Caatinga. Os recursos somarão quase US$ 9,8 milhões e o projeto será implementado pelo WWF. O CEO e presidente do GEF, Carlos Manuel Rodríguez, comemorou a primeira liberação de grants para a preparação de projetos, que foram aprovados apenas sete meses após o lançamento do GBFF para apoiar a ação no Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal. Coletivamente, os novos projetos pretendem impulsionar a implementação das metas 2, 3, 4, 9, 19, 22 e 23. “Estou entusiasmado por ver o GBFF funcionando e fornecendo apoio de alto impacto a países com biodiversidade cujo trabalho para proteger a natureza é extremamente importante para as metas de 2030. Felicito o Brasil, o Gabão e o México pelos esforços para priorizar iniciativas significativas que o GBFF pode apoiar de forma a amplificar o financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) relacionado com a biodiversidade. Este é um excelente começo e há muito mais boas notícias para a natureza no caminho para a COP16 na Colômbia”, disse Rodríguez. David Cooper, Secretário Executivo Interino da Convenção sobre Diversidade Biológica, saudou a aprovação dos grants para preparação dos projetos como um passo positivo antes da Conferência das Partes que ocorrerá em Cali, entre 21 de outubro e 1º de novembro. “Espero que este progresso inicial antes da COP16 inspire mais propostas dos países e também encoraje mais doadores a contribuirem para o novo fundo”, disse Cooper. Cerca de metade do financiamento reservado para as quatro iniciativas destina-se a apoiar ações de Povos Indígenas e comunidades locais para a conservação, restauração, uso sustentável e gestão da biodiversidade. O GBFF tem como objetivo garantir que pelo menos 20% dos seus recursos sejam destinados a ações de conservação por parte de Povos Indígenas e comunidades locais. Sobre o Fundo Global para o Meio Ambiente O GEF é uma família de fundos dedicados a enfrentar a perda de biodiversidade, as mudanças climáticas e a poluição, e a apoiar a saúde da terra e dos oceanos. O seu financiamento permite que os países em desenvolvimento enfrentem desafios complexos e trabalhem em prol de objetivos ambientais internacionais. A parceria do GEF inclui 186 governos membros, bem como a sociedade civil, Povos Indígenas, mulheres e jovens, com foco na integração e inclusão. Nas últimas três décadas, o GEF forneceu quase 25 bilhões de dólares em financiamento e mobilizou outros 138 bilhões de dólares para milhares de projetos nacionais e regionais. A família de fundos inclui o Fundo Global para o Meio Ambiente, o Fundo do Marco Global para a Biodiversidade (GBFF), o Fundo para os Países Menos Desenvolvidos (LDCF), o Fundo Especial para Mudanças Climáticas (SCCF), o Fundo de Implementação do Protocolo de Nagoya (NPIF) e o Fundo da Iniciativa de Capacitação para Transparência (CBIT).

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Published March 29, 2024

Um novo olhar para árvore que dá nome ao Brasil

Poucas árvores são tão emblemáticas para um país como o pau-brasil. Além da relação mais óbvia de dar nome a quem somos, a cobiça por essa madeira determinou parte da nossa história enquanto nação. Considerado o primeiro tesouro florestal do Brasil, a corrida pela árvore, da qual se extraía um pigmento vermelho para tingir tecidos, foi um dos motores para a destruição da Mata Atlântica. Após cinco séculos de intensa exploração, sobraram poucas testemunhas desta espécie, classificada atualmente como em perigo de extinção. Em seu projeto de pesquisa, ainda em andamento, apoiado pelo Bolsas FUNBIO – Conservando o Futuro, a botânica Patrícia Rosa busca os últimos remanescentes selvagens dessa árvore tão valiosa. O trabalho da doutoranda da Escola Nacional de Botânica Tropical do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (ENBT/JBRJ), uma das bolsistas selecionadas em 2021, em mapear os paus-brasil sobreviventes, tem como finalidade fazer uma avaliação integrada do estado de conservação da espécie. A pesquisa tem relação com a descoberta botânica recente de que o pau-brasil (Paubrasilia echinata), tem cinco linhagens distintas: pau-brasil-folha-de-arruda-nordeste, pau-brasil-folha-de-café, pau-brasil-folha-de-laranja, pau-brasil-folha-de-arruda-BA e pau-brasil-folha-de-arruda-RJ. Cada linhagem possui características genéticas distintas, porém ainda dentro do mesmo guarda-chuva, neste caso, da mesma espécie. O pau-brasil-folha-de-arruda-RJ, por exemplo, é uma linhagem exclusiva do estado do Rio de Janeiro, por onde Patrícia fez diversas idas a campo entre 2022 e 2023, que permitiram identificar seis novas subpopulações da espécie em território fluminense (ao todo são 43). “O estado do Rio de Janeiro é importante porque é a distribuição geográfica mais austral [ao sul] do pau-brasil”, explica a pesquisadora. A ocorrência da árvore, nativa da Mata Atlântica, estende-se até o Rio Grande do Norte.  Entre novembro e dezembro do ano passado, a botânica liderou uma expedição de 25 dias pela região nordeste – da Bahia ao Rio Grande do Norte – , com uma passagem pelo Espírito Santo em busca de populações das outras linhagens. Nesse campo, Patrícia identificou quatro novas subpopulações de pau-brasil. Nessa jornada, Patrícia já percorreu mais de sete mil quilômetros. Os locais foram definidos por modelos de similaridade e adequabilidade ambiental, feitos em parceria com o pesquisador Dr. Frederic Mendes Hughes da Universidade Estadual de Santa Cruz, na Bahia. As idas a campo visam registrar as populações remanescentes,  ampliar a amostragem, identificar ameaças e ações de conservação. “Nós fizemos um trabalho de entrar em contato com atores locais; prospectar novas populações [da espécie]; levantar dados das populações relacionados à estrutura, como presença de plântulas, juvenis e adultos; e verificar o tamanho dos fragmentos que contêm pau-brasil”, detalha a pesquisadora. O objetivo principal é conhecer o estado de conservação de cada uma das cinco linhagens de pau-brasil a partir de análises de dados de distribuição geográfica, modelagem de nicho ecológico e aplicação de novos critérios da metodologia da União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), responsável pela elaboração da Lista Vermelha internacional de espécies ameaçadas. Se o advento dos corantes artificiais diminuiu a pressão pelo pigmento vermelho extraído da madeira do pau-brasil, por outro lado, a árvore continua sendo objeto de cobiça e extração ilegal, agora pela indústria dos violinos que considera sua madeira “ideal” para a produção de arcos. “A maior contribuição que pretendemos é a reavaliação do estado de conservação da espécie, como um todo, mas também das linhagens. Porque isso é uma novidade para a comunidade dos conservacionistas. É um desafio teórico para aplicação pensando nos conceitos da IUCN”, explica Patrícia. A escolha do pau-brasil para esta empreitada científica pioneira, não é uma coincidência. Afinal, a árvore é uma das espécies da flora brasileira com maior conhecimento acumulado. “O pau-brasil tem condições  de ser um modelo ideal para gente avançar em metodologias, técnicas e também num resultado inovador para o risco de extinção da espécie, que permita buscar soluções mais otimizadas para retirar a espécie da Lista Vermelha”, acrescenta a botânica. Essa reavaliação do estado de conservação será feita no sistema Proflora em parceria com o CNCFlora/JBRJ.  Além de se debruçar sobre os riscos de extinção de cada uma das linhagens que compõem a população de pau-brasil, Patrícia também pretende avaliar como as mudanças climáticas podem afetar a distribuição da árvore no país e projetar o futuro das linhagens no território.  Os dados compilados pela botânica serão enviados aos órgãos oficiais nacional e internacional para subsidiar políticas públicas de conservação para as cinco linhagens, com o reconhecimento dos riscos de extinção que rondam cada uma delas e direcionando as ações necessárias para garantir sua sobrevivência. “Esses resultados [da pesquisa] ficarão à disposição dos gestores públicos para que essas ações otimizadas que eu estou propondo possam ser colocadas em prática para salvar o pau-brasil do risco de extinção”, destaca Patrícia. A pesquisadora reforça a importância da bolsa dada pelo FUNBIO não apenas no financiamento dos campos realizados, mas também na chancela que a organização representa. “Quando um estudante de doutorado recebe o financiamento de um fundo que eu admiro tanto e que tem tanto respaldo quanto o FUNBIO, é uma grande honra. Você se sente estimulado e valorizado. E o financiamento foi essencial para fazer as atividades de campo. Seria muito difícil trazer as novidades científicas que a gente vai trazer e publicar sem esse apoio. O FUNBIO é um estímulo para que a gente continue sonhando com projetos que tragam impacto positivo para a flora brasileira”, completa.

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Published March 29, 2024

Um refúgio inusitado para as abelhas

Abelhas são polinizadoras fundamentais para o sucesso não apenas da flora nativa, mas também de plantações e cultivos de alto valor econômico. Se no ambiente rural não há dúvida sobre a sua importância, nas cidades essa presença é mais nebulosa e invisibilizada. Com isso em mente, a doutoranda Karla Palmieri, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), decidiu entender quais os efeitos da urbanização sobre comunidades de abelhas nativas e como as diferentes configurações das áreas verdes nas paisagens urbanas impactam a conservação destes importantes insetos. A pesquisadora foi uma das selecionadas em 2019 pelo Programa Bolsas FUNBIO – Conservando o Futuro.  “Atualmente estamos vivendo uma grande expansão urbana e a previsão é aumentar ainda mais nos próximos anos. Estudos têm demonstrado que as cidades podem atuar como refúgio para as abelhas, já que as áreas naturais foram historicamente suprimidas para atividades humanas”, conta a doutoranda da UFLA, que já está na fase final do seu projeto, com a publicação de artigos e materiais de divulgação. As cidades podem conter uma variedade de abrigos para as abelhas, explica Karla, como muros, jardins e árvores. Além disso, o paisagismo e a arborização urbana que privilegia espécies ornamentais, com flores, garante alimento para as abelhas durante praticamente todas as estações do ano. “Dessa forma, compreender como as cidades podem contribuir para a conservação de abelhas nativas é fundamental para a manutenção do serviço de polinização”, completa. Para fazer o estudo, a pesquisadora selecionou seis cidades situadas no sul de Minas Gerais: Alfenas, Poços de Caldas, Lavras, Três Corações, Varginha e Pouso Alegre. Todo mês durante seis meses, Karla foi a campo coletar abelhas em 21 áreas diferentes nessas cidades. “Essas áreas possuíam diferentes níveis de urbanização e diferentes composições, configurações da vegetação. Foi um intenso trabalho que demandou transporte, hospedagem, alimentação, e o apoio do programa Bolsas Funbio foi fundamental para que a pesquisa ocorresse”, reforça a pesquisadora. O resultado foi surpreendente. Ao todo, Karla coletou 132 espécies diferentes de abelhas, desde abelhinhas tão pequenas que são confundidas com mosquitos, até espécies maiores, com tonalidades metálicas. De forma ainda mais inesperada, a pesquisa registrou até mesmo abelhas especialistas, como coletoras de óleos, e espécies que fazem ninhos no solo. Todas elas se beneficiando dos vários tipos de recursos florais nessa selva nem tão de pedra assim. Outro aspecto da pesquisa conduzida pela doutoranda diz respeito a como as diferentes configurações de áreas verdes na paisagem urbana afetam as abelhas. Nesse caso, Karla focou em dois modelos: o land sparing, onde existe uma área verde contínua, adjacente às construções urbanas; e o land sharing, onde há áreas menores de vegetação em meio a uma matriz construída. O estudo revelou um maior número de espécies com ocorrência exclusiva justamente nesta segunda configuração, onde a vegetação está distribuída em pequenos fragmentos entre as edificações da matriz urbana. Ao todo, 37 espécies de abelhas foram encontradas exclusivamente nas áreas de land sharing amostradas, contra 16 nos ambientes de land sparing. A pesquisadora explica que essas áreas podem oferecer uma maior diversidade de habitats dentro da área de vida das abelhas e destaca que práticas humanas, como a manutenção de jardins, praças, parques e hortas urbanas beneficiam muitas espécies de abelhas. “Uma curiosidade pessoal foi que, através da pesquisa, comecei a observar com mais atenção tudo que estava relacionado com as abelhas ao meu redor. Encontrei vários ninhos na minha própria casa. Hoje trabalho com educação ambiental para a conservação das abelhas nativas, mostrando para a população leiga a sua importância, sua diversidade e como a maioria delas são inofensivas para nós, seres humanos”, conclui a pesquisadora. Com esse trabalho de educação ambiental, Karla pretende ampliar o alcance dos resultados da sua pesquisa e sensibilizar as pessoas sobre a conservação das abelhas nas cidades. Para isso, a pesquisadora tem duas publicações em andamento – para além da tese. Um catálogo de identificação das abelhas nativas encontradas nas cidades da região, voltado para o público mais leigo, com fotografias e informações gerais. E um livro infantil sobre a conservação de abelhas que traz os resultados da pesquisa de forma lúdica para engajar as crianças.  A relação das cidades com os polinizadores (não apenas abelhas, mas também borboletas, besouros, moscas, vespas e outros insetos) também é o tema de outro projeto de pesquisa em andamento apoiado pelo Bolsas FUNBIO. O doutorando Victor Hugo Duarte da Silva, da Universidade Federal de Minas Gerais, bolsista selecionado na edição de 2021, dedica-se justamente a entender a disponibilidade espaço-temporal de recursos florais para polinizadores em espaços verdes urbanos. Seu local de estudo é a metrópole e capital mineira, Belo Horizonte. “O trabalho tem parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte e os resultados poderão subsidiar, por exemplo, o manejo da vegetação de parques e praças pensando nos polinizadores. Isto é, ajudar a escolher a melhor época para o plantio de determinadas espécies, considerando o impacto que terão sobre os insetos polinizadores. E pensar no planejamento urbano considerando esses insetos”, conta Victor.

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